Autor(a): Ericka Patricia da Silva
Orientador(a): Prof. Dr. Rodrigo Augusto da Silva
Data da defesa: 15/02/2022
Resumo: Introdução: O diabetes mellitus (DM) é uma doença metabólica crônica, caracterizada principalmente pelo aumento de glicemia sanguínea e disfunção da insulina. Em resposta ao estado hiperglicêmico sistêmico persistente inúmeras complicações metabólicas e fisiológicas já foram bem caracterizadas. Entretanto, sua relação com a fragilidade óssea, déficits cognitivos e risco aumentado de demência ainda precisa ser melhor compreendido. Utilizando modelo de indução de hiperglicemia crônica em ratos Wistar pela administração de dose única i.p. de estreptozotocina (STZ - 55 mg/kg), o impacto da hiperglicemia crônica no acoplamento endócrino osso-cérebro, análises histológicas, histomorfométricas e ultraestruturais foram realizadas no tecido ósseo. Assim como, a PCR em tempo real (qPCR) para determinação da expressão gênica e o estado de metilação dos genes codificadores das osteocinas (Fgf23, Ocn e Lcn2) e seus receptores (Fgfr1, Gpr6A, Gpr158 e Slc22a17) nos tecidos ósseo e encefálico. Os resultados obtidos neste estudo demonstraram que, a hiperglicemia crônica impacta negativamente na biologia óssea e compromete o equilíbrio do eixo endócrino osso-cérebro. No tecido ósseo, a desorganização ultraestrutural e a destruição do tecido de sustentação do incisivo mandibular foram acompanhadas pela hipometilação global do DNA e alterações na expressão gênica das enzimas modificadoras do DNA que foram acompanhadas por alterações no estado de metilação da região promotora das osteocinas Ocn e Lcn2 no fêmur. Adicionalmente, no encéfalo o estado hiperglicêmico crônico foi acompanhado pela modulação da expressão gênica das osteocinas Fgf23, Ocn e Lcn2 nas diferentes regiões avaliadas. Contudo, regulação transcricional mediada pela metilação do DNA foi observada apenas para os receptores das osteocinas, Fgfr1 no estriado e do Gpr158 no hipocampo. Cientificamente, este estudo é pioneiro em demonstrar que o estado hiperglicêmico crônico compromete o crosstalk entre o tecido ósseo e o cérebro, afetando principalmente o hipocampo, pelo silenciamento transcricional do receptor da Ocn, Gpr158.
Autor(a): Edna Cristiane da Matta
Orientador(a): Leoni V Bonamin
Data da defesa: 24/02/2022
Resumo: Introdução: A medicina veterinária complementar e alternativa tem sido intensamente utilizada e atualmente existe uma demanda importante por uma abordagem mais rigorosa quanto à sua eficácia e efetividade clínica. Isso se justifica pelo potencial em substituir os agentes antimicrobianos face à resistência antimicrobiana, entre outras indicações, respondendo a uma demanda crescente por parte dos produtores de alimentos orgânicos e cuidadores de animais de estimação. O objetivo desta revisão (“overview”) foi identificar as evidências de maior grau de confiança e proceder a uma avaliação crítica sobre a eficácia e efetividade das três principais terapias complementares utilizadas na medicina veterinária, a saber, homeopatia, acupuntura e fitoterapia. O método utilizado foi o “overview de revisões sistemáticas”, cujos estudos foram realizados nos últimos 20 anos. Foram utilizadas as seguintes bases de dados: Cab Abstract, Pubmed e Vet Index, a partir das quais foram extraídos 127 artigos, 21 dos quais foram inicialmente incluídos para análise. Após a exclusão de 5 estudos de acordo com os critérios de exclusão/inclusão, 16 foram analisados na íntegra. Os resultados possibilitaram estabelecer um mapeamento inicial das intervenções com maior grau de confiança nas três práticas. As relações intervenção/resultado que apresentaram o maior nível de confiança foram osteoartrite em cães, diarreia e melhora no ganho de peso em suínos ao usar homeopatia e melhora da infecção por helmintos em ovelhas ao usar extratos de Allium sativum, Artemisia absinthium e Duranta erecta. Há, portanto, a necessidade de mais Ensaios Clínicos Randomizados realizados em cego, nos quais se considere o uso de ferramentas de análise validadas e o desenvolvimento de desenhos experimentais por equipes multidisciplinares, para definir métodos de mensuração de resultados compatíveis com cada prática.
Autor(a): Camila Sabaudo Alves
Orientador(a): Prof. Dr. José Guilherme Xavier
Data da defesa: 25/02/2022
Resumo: Melanomas são neoplasias malignas derivadas de melanócitos, presentes em humanos e comum em cães. Particularmente os melanomas orais apresentam maior agressividade biológica, com maior potencial de invadir estruturas vizinhas e de produzir metástases. Indicadores prognósticos são importantes para nortear o manejo desses pacientes. Neste estudo, a partir de 30 lesões melanocíticas orais caninas, divididas em grupos A e B de acordo com a sobrevida dos animais, respectivamente, até 60 dias e superior a 120 dias. Foram avaliados, quanto ao seu potencial prognóstico, parâmetros morfológicos (escore nuclear, índice mitótico, frequência nucleolar), morfométricos (área nuclear) e epigenéticos (metilação de LINE-1), sendo identificada diferença estatisticamente significante em relação à área nuclear nos diferentes grupos. Tais achados corroboram a literatura, que indica uma limitação das abordagens morfológicas convencionais em discriminar entre lesões de evoluções distintas e sugerem potencial emprego da cariometria como parâmetro prognóstico complementar. A hipometilação de LINE-1 foi recentemente demonstrada envolvendo melanomas orais caninos, no entanto não foi identificada diferença relacionada aos grupos com sobrevidas distintas.
Palavras-chave: Cariometria, LINE-1, mandibulectomia, oncologia veterinária, sobrevida.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Patologia Integrada e Translacional.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Biologia da diferenciação e transformação celulares: modulação por fatores endógenos e exógenos.
Autor(a): Thiago Albuquerque Viração
Orientador(a): Elizabeth Cristina Perez Hurtado
Data da defesa: 25/02/2022
Resumo: Introdução: Diversos estudos exploram o papel de vesículas extracelulares (EVs) em tumores devido ao seu conteúdo, que reflete a natureza de suas células produtoras, e por sua importância na comunicação intercelular. Entretanto, os efeitos de EVs na capacidade funcional das células do sistema imune não estão completamente elucidadas. Assim, o intuito do presente trabalho foi avaliar a influência de EVs liberadas por células de melanoma murino no metabolismo e capacidade funcional de macrófagos indiferenciados. Para isto, EVs liberadas por células de melanoma murino B16F10 (EVs-mel) foram caracterizadas e utilizadas em ensaios in vitro com macrófagos primários obtidos após diferenciação de precursores medulares de camundongos C57BL/6. Resultados obtidos no presente estudo e apresentados em formato de artigo que será submetido ao periódico Frontiers in Cell and Developmental Biology mostraram que macrófagos cultivados com diferentes concentrações de EVs-mel tiveram maior captação de glicose, aumento de expressão de iNOS, maior produção das citocinas TNF-α, IL-6 e IL-10, porém sem diferenças significativas na sua capacidade fagocítica. Dados preliminares também sugerem aumento da produção de ROS em macrófagos tratados com 7,5 µg/mL de EVs. Em conjunto, dados aqui apresentados mostram que macrófagos primários cultivados com EVs-mel apresentam perfil de ativação mais compatível com macrófagos M1 ou de perfil inflamatório. Estes achados são relevantes e fornecem novas informações sobre o efeito de EVs derivadas de células tumorais e seu possível papel modulador para explorar o desenvolvimento de terapias anticâncer.
Autor(a): Jéssica Feliciana Codeceira
Orientador(a): Profa. Dra. Maria Anete Lallo
Data da defesa: 25/02/2022
Resumo: Introdução: Encephalitozoon cuniculi são patógenos intracelulares obrigatórios, que infectam grande número de mamíferos, reconhecidos como agentes oportunistas em pessoas com AIDS e imunossuprimidas. As células NKT constituem uma subpopulação de linfócitos T com grande capacidade imunorreguladora, pela secreção rápida de diversas citocinas pró e anti-inflamatórias, com seletividade por antígenos lipídicos apresentados pela molécula CD1d. Os macrófagos apresentam moléculas CD1d e fagocitam de forma eficiente os microsporídios. O objetivo desse trabalho foi investigar a participação das células NKT na infecção por E. cuniculi, tanto in vitro, após contato com macrófagos infectados, quanto in vivo, em animais infectados. Macrófagos infectados por E. cuniculi, foram cocultivados com esplenócitos totais de animais Wildtype (WT) ou deficientes em células NKT (CD1d-/- e Jα18-/-). Em camundongos infectados por E. cuniculi, tratados com αGalCer e/ou imunossuprimidos com ciclofosfamida (Cy), foram mensuradas citocinas no soro e analisados os achados histopatológicos. Macrófagos infectados tiveram maior atividade microbicida quando cocultivados com esplenócitos derivados de camundongos WT, se comparados com macrófagos infectados cocultivados com esplenócitos derivados de camundongos Jα18-/-. O mesmo foi observado em culturas de macrófagos CD1d-/-, propiciando maior atividade microbicida dos macrófagos de medula frente à microsporidiose. Os animais tratados com α-Galcer, 24 horas após infecção, tiveram níveis altos de IFN-γ. Após 7 dias, o mesmo grupo de animais apresentou predomínio de granulócitos, com aparentes perfis de resolução do processo infeccioso. Os animais tratados com α-Galcer e Cy tiveram concentrações das citocinas pró-inflamatórias IFN-γ, TNF e MCP-1 aumentadas em relação aos demais grupos, como também esplenomegalia com alterações do tecido esplênico, induzindo desarranjo tecidual. Os resultados indicam que as células NKT restritas a CD1d são importantes para a imunidade antifúngica, pois a resposta celular por iNKT montada contra E. cuniculi pode ser exacerbada com uso de αGalcer.
Autor(a): Paula da Silva Rodrigues
Orientador(a): Maria Martha Bernardi
Data da defesa: 09/06/2022
Resumo: Introdução: Machos e fêmeas apresentam diversas diferenças anatômicas e funcionais no encéfalo que se expressam em dimorfismos sexuais na sua fisiologia e comportamento, incluindo aqueles relacionados à reprodução. Essa diferenciação entre os sexos, inicialmente, é determinada pelos cromossomos XX e XY, porém a maioria das diferenças no comportamento sexual é estabelecida em regiões hipotalâmicas que tem a sua organização induzida pelo ambiente hormonal de esteroides durante o período perinatal precoce. O estresse perinatal modula a secreção de hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). por ativar o hormônio liberador de corticotrofina pelas vias simpato-adrenais. Sendo assim, o estresse é um potente inibidor da geração de pulsos de GnRH, que por sua vez, tem um papel crítico nos processos de organização de regiões hipotalâmicas. Dentre as inúmeras funções, a kisspeptina é um neuropeptídio envolvido com a liberação de GnRH. Apesar da relação com o neuropeptídeo, seu papel na organização encefálica de regiões do hipotálamo ligada ao comportamento sexual permanece desconhecida. Assim, o objetivo central deste trabalho é entender o papel do eixo Hipotálamo-Pituitária-Adrenal (HPA) e do estresse pré-natal nos circuitos da kisspeptina e na organização de circuitos hipotalâmicos ligados ao comportamento sexual da prole masculina. Para tanto, ratas foram cruzadas, submetidas ou não ao estresse por contenção, do dia 17 ao 20 da gestação. Observou-se nas mães o peso na gestação, desempenho reprodutivo, atividade geral em campo aberto e comportamento maternal. Na prole masculina, investigou-se: I) Desenvolvimento ponderal, físico, de reflexos e motor; II) Atividade geral em campo aberto; III) Comportamento sexual; IV) Expressão gênica do Kiss1r e da proteína kisspeptina no hipotálamo e V) Níveis plasmáticos de hormônios hipofisários e gonadais. Os resultados indicam que o estresse materno por contenção do DG17 ao DG20 não causou prejuízos no desempenho reprodutivo, no comportamento maternal, bem como no desenvolvimento físico e reflexológico da prole. Além disso, os níveis de hormônios hipofisários e gonadais não foram alterados. Por outro lado, facilitou o comportamento sexual da prole masculina adulta, representada pelo aumento do número de ejaculações e diminuição da latência para a primeira monta. Ainda se observou o aumento da expressão gênica do receptor Kiss 1r (Gpr54) no hipotálamo da prole masculina de ratas expostas nos dias pré-natais 17 a 20 e ao estresse por contenção. Várias hipóteses foram levantadas para explicar esses dados.
Título: Análise do Potencial Antimicrobiano de Extratos de Plantas da Amazônia contra Staphylococcus Epidermidis
Autor(a): Paloma Kelly De Souza Belo
Orientador(a): Ivana Barbosa Suffredini
Data da defesa: 29/06/2022
Resumo: Introdução: Staphylococcus epidermidis é uma das bactérias mais relevantes causadora de lesões de pele em pacientes imunocomprometidos e em recém-nascidos, e que, na medicina veterinária, é o principal patógeno causador de mastites em vacas leiteiras. O Brasil é responsável pela maior biodiversidade de plantas com potencial fitoterápico. Extratos de plantas com atividade antibacteriana podem ser considerados para a produção de fármacos para prevenir e/ou tratar doenças infecciosas. Portanto, o presente estudo tem por objetivo avaliar a atividade antibacteriana de extratos vegetais de plantas da Amazônia contra a bactéria S. epidermidis. Materiais e métodos: Os extratos foram triados pela técnica de disco difusão em ágar (DDA) contra S. epidermidis, as concentrações bactericidas mínimas (CBM’s) foram obtidas pelo método da microdiluição em caldo (MDC), os extratos foram avaliados quanto as classes químicas por cromatografia em camada delgada (CCD) e bioautografia unidimensional e bidimensional para identificação das frações ativas e a toxicidade foi avaliada pelo modelo de Artemia salina (CE 50%). Resultados: 20 extratos foram ativos após o ensaio de DDA e foram identificadas diferentes concentrações de CBM para cada um deles. Os extratos foram relativamente tóxicos com exceção de N272, N1802, N1997 e N2169 que não mataram Artemia salina suficiente. Flavonoides e alcaloides foram verificados em frações ativas de alguns extratos. Discussão: A análise por bioautografia evidenciou bem as frações ativas de cada extrato, e quando comparado com a técnica de CCD algumas dessas frações evidenciaram a presença de possíveis alcaloides, flavonoides e cumarina. Conclusão: Os extratos N272, N2169 e N565 foram destacados por apresentarem grande potencial antibacteriano e baixa toxicidade.
Autor(a): Amanda Leal da Silva
Orientador(a): Ivana Barbosa Suffredini
Data da defesa: 12/08/2022
Resumo: Introdução: A vegetação antártica é predominantemente composta por briófitas que se destacam pela sua abundância e por apresentarem alta capacidade de adaptação a diferentes condições ambientais, sugerindo uma taxa de adaptabilidade metabólica elevada. São conhecidas cerca de 116 espécies antárticas, a maioria das quais restrita à região da Península Antártica. Alguns organismos antárticos já foram estudados quanto aos compostos químicos isolados e à atividade biológica, entre eles o musgo Polytrichastrum alpinum (Hedwig) G.L.Smith, embora o conhecimento relacionado a outras espécies seja escasso. Sanionia uncinata (Hedw.) Loeske foi escolhida como espécie alvo para o projeto por ser amplamente distribuída na região. A fim de se investigar o potencial farmacológico da espécie, extratos etanólicos de espécimes coletados em diferentes localidades na península Keller foram obtidos por maceração e foram submetidos a ensaios de avaliação antimicrobiana, citotóxica, antioxidante e de ação inibidora enzimática, em modelos in vitro de bioautografia, de viabilidade celular e de autografia, respectivamente. Os extratos apresentaram atividade antibacteriana somente contra Staphylococcus aureus, embora tenha sido testada contra Streptococcus mutans, Enterococcus faecalis, Escherichia coli e Candida albicans. Alguns dos extratos ainda apresentaram atividade citotóxica contra as células testadas, atividade antioxidante e sequestradora de radicais livres e inibição da acetilcolinesterase, uma enzima importante na patofisiologia do mal de Alzheimer. Ainda que os resultados sejam promissores, há a necessidade de se avaliar o perfil químico dos extratos vegetais obtidos da espécie antártica, tanto dos que apresentaram atividade como os que não apresentaram, para um melhor entendimento dos resultados obtidos.
Título: Infecção orofaríngea por Encephalitozoon cuniculi em camundongos.
Autor(a): Mariana Souza Santos
Orientador(a): Dra. Maria Anete Lallo
Data da defesa: 14/12/2022
Resumo: Microsporídios causam infecções oportunistas em indivíduos imunossuprimidos. Nos mamíferos, os esporos desses fungos são eliminados pelas fezes, urina ou secreções respiratórias e contaminam a água e alimentos. A via de infecção oral é a mais comum, embora experimentalmente, as vias intraperitoneal e intravenosa, determinem infecção e disseminação. A infecção pelas vias respiratórias ainda não foi demonstrada, embora seja admitida. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi demonstrar a infecção pelo microsporídio Encephalitozoon cuniculi pela via orofaríngea como modelo de pneumonia oportunista, aplicável para o estudo das pneumonias oportunistas de forma geral, assim como para comprovar a transmissão pela via respiratória para ampliar o melhor entendimento da epidemiologia dessas zoonoses. Camundongos C57BL machos ou fêmeas, livres de patógenos específicos - SPF, com até 12 semanas de idade, imunossuprimidos com ciclofosfamida (Cy), foram inoculados com 1x107 esporos da via orofaríngea de E. cuniculi, constituindo os grupos: Infectado, Cy-Infectado, Não-Infectado, Cy-Não-Infectado, Sham, Cy-Sham. Após 14 dias da infecção, os pulmões foram coletados para análise histopatológica, fenotipagem de células inflamatórias pulmonares por citometria de fluxo, mensuração da carga fúngica pela qPCR, dosagem de citocinas Th1, Th2 e Th17 no soro. Os animais infectados apresentaram pneumonia intersticial caracterizada por infiltração linfoplasmocítica em paredes alveoloares. Entretanto, a carga fúngica e a extensão do infiltrado inflamatório foram menores no grupo Cy-Infect, com predominância da população de linfócitos T CD8+ nos pulmões. No grupo infectado não tratado com Cy houve aumento da população de macrófagos alveolares (F4/80+CD11b-SiglecF+), maior carga fúngica e infiltrado inflamatório nos pulmões, caracterizando pneumonia por cephalitozoon mais pronunciada em comparação aos animais imunossuprimidos. Foi observado perfil de citocinas Th1 nos grupos infectados, aumento do perfil Th17 nos Cy-Infectados. Juntos os resultados permitem concluir que infecção pela via orofaríngea promoveu pneumonia por E. cuniculi em camundongos tratados ou não com ciclofosfamida, com mais gravidade em camundongos não imunossuprimidos, estabelecendo-se como modelo de pneumonia intersticial por via orofaríngea.
Título: Estudo de modelos experimentais de intolerância à lactose em ratos: relação com distúrbios psiquiátricos
Autor(a): Marcella Cristina Galvão
Orientador(a): Thiago Berti Kirsten
Data da defesa: 15/12/2022
Resumo: A intolerância à lactose afeta muitas pessoas, com sintomas como diarreia e dor abdominal. Os mecanismos ainda não foram elucidados e existem poucos modelos experimentais para seu estudo. Alguns estudos apontam para um efeito sexualmente dimórfico, além de maior predisposição a distúrbios psiquiátricos. Os objetivos deste trabalho foram de estudar e propor modelos experimentais de intolerância à lactose em ratos e ratas adultos, avaliando a manifestação de comportamentos relacionados a distúrbios psiquiátricos e a incidência em cada sexo. Além disso, buscou-se entender processos neurobiológicos envolvidos. Ratos e ratas Wistar adultos foram expostos por 14 dias consecutivos a dois tipos de dietas ricas em lactose: solução contendo 14% de lactose e fórmula comercial de leite rico em lactose. Foram monitorados os sinais clínicos: peso corporal, consumo das dietas e consistência das cíbalas fecais. Foram avaliados comportamentos relacionados a distúrbios psiquiátricos: teste da caixa claro-escuro (ansiedade), de preferência social e do nado forçado (depressão), bem como dosados os níveis de dopamina encefálicos. Os resultados revelaram que ambas as dietas foram bem aceitas e consumidas por ratos machos e fêmeas e prejudicaram a consistência das cíbalas fecais, com auge de efeito no 12o dia de exposição, em comparação aos dados dos grupos controles. A partir daí, os resultados foram sexualmente dimórficos. Os machos apresentaram comportamento ansiolítico após a dieta de lactose. A socialização dos machos foi prejudicada por ambas as dietas, principalmente após a fórmula comercial. O efeito ansiolítico e a redução na socialização nos ratos foram creditados ao papel modulador das dietas ricas em lactose no sistema dopaminérgico. Já nas fêmeas, a dieta rica em lactose reduziu os níveis de dopamina cortical, que resultou em efeito ansiogênico. Concluindo, os presentes achados revelaram que ambas as dietas ricas em lactose (lactose 14% e fórmula comercial) induziram sinais clínicos de intolerância a lactose em ratos machos e fêmeas, acompanhados de prejuízos comportamentais associados a distúrbios psiquiátricos que foram explicados pela modulação dopaminérgica. Propõe-se assim, dois modelos experimentais de intolerância a lactose.