Autor(a): Lorena Campos de Assis
Orientador(a): Profa. Dra. Leoni Villano Bonamin
Data da defesa: 02/02/2023
Resumo: A infecção do trato urinário (ITU) é um diagnóstico comum na rotina clínica de pequenos animais e está entre os principais motivos de prescrição de antimicrobianos. Ocorre quando a rede neuroimunoendócrina do hospedeiro permite que microrganismos patogênicos, principalmente bactérias, possam se aderir, multiplicar e persistir em uma parte do trato urinário. O resultado é a inflamação com sinais clínicos correspondentes, como polaciúria, disúria, estrangúria, hematúria ou uma combinação deles. O diagnóstico é baseado nos sinais clínicos do trato urinário inferior, juntamente com urinálise e cultura bacteriana, para que o tratamento antibiótico adequado possa ser realizado. A terapia inadequada pode gerar um importante problema de saúde pública devido à instalação de resistência antimicrobiana. Considerando essa questão, é necessário explorar estratégias alternativas para o manejo da ITU. Assim, o principal objetivo deste estudo foi descrever casos clínicos em que foi utilizado tratamento homeopático como intervenção adjuvante à antibioticoterapia em cães com cistite bacteriana recorrente. Método: foi relatada uma série de casos tratados, de forma padronizada e sequencial, com uma associação de Cantharis 6cH e antibioticoterapia realizada durante sete dias em cinco cães diagnosticados com cistite bacteriana recorrente. As avaliações clínicas e laboratoriais foram realizadas em três tempos: TO (pré-tratamento), T8 (após sete dias de tratamento) e T38 (após 30 dias do término do tratamento com a referida associação). A evolução do cada caso foi avaliada por Naranjo Modified Criteria. Resultados: Os critérios analisados pelo método Naranjo em T8 ou seja, logo após o tratamento, mostraram pontuação +7/13 para os casos 2, 3, 5 e 7 e +3/13 para o caso 9. Por outro lado, a pontuação referente ao período entre T8 e T38, somando 30 dias após o término do tratamento, resultou na seguinte pontuação: +4/13 para o caso 2, +2/13 para os casos 3 e 9, 0/13 para o caso 5 e +6/13 para o caso 9. Conclusão: O tratamento da cistite crônica recorrente em cinco cães com antibioticoterapia associada ao medicamento homeopático Cantharis 6cH indicou melhora total ou parcial dos sintomas e remissão da infecção em 4/5 casos logo após o término do tratamento, indicando a necessidade de tratamento contínuo.
Palavras-chave: cistite crônica; homeopatia; cães
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Ecotoxicologia e Inovações Terapêuticas.
Autor(a): Beatriz França Isaac de Oliveira
Orientador(a): Prof. Dr. Eduardo Fernandes Bondan
Data da defesa: 26/06/2023
Resumo: A raça Cavalier King Charles Spaniel apresenta muitos relatos de malformação semelhantes à Chiari e siringomielia. A malformação semelhante à Chiari ocorre devido a uma alteração na fossa caudal, que leva à herniação do cerebelo. A teoria mais aceita para a siringomielia associada à malformação de Chiari é que a herniação cerebelar interrompe o fluxo do líquido cefalorraquidiano, induzindo a formação de siringes na medula espinhal. Este estudo tem como objetivo realizar um levantamento de manifestações neurológicas associadas à malformação semelhante à Chiari e siringomielia em cães da raça Cavalier King Charles Spaniel no Brasil, manifestações que já foram descritas em publicações de outros países, mas cujas prevalências permanecem desconhecidas na população canina brasileira. A investigação consistiu em um formulário on-line disponibilizado aos tutores de cães da raça no Brasil, contendo questões referentes às principais manifestações clínicas dessas alterações. Após a disponibilização do formulário, foi realizado o exame neurológico em 30 animais. Tutores de 134 cães responderam ao formulário, se os animais apresentavam ou não distúrbios neurológicos. Cinquenta e dois cães de 134 animais apresentaram alguma queixa neurológica (38,80 %) e vinte e cinco nunca tinham apresentado, porém tinham manifestações clínicas sugestivas (18,65%). As manifestações mais descritas foram esfregar o rosto em móveis (70,12%; 54/77), prurido fantasma (62,33%; 48/77), dificuldade de subir em móveis (12,98%; 10/77), dor em coluna (12,98%; 10/77). Poucos tutores levaram seus animais a um veterinário especializado em neurologia (19,48%; 15/77) e apenas 7 (5,22%; 7/134) tiveram confirmação diagnóstica do quadro. Podemos concluir que há uma baixa procura de tutores brasileiros por neurologistas veterinários, embora existam vários animais desta raça com manifestações clínicas sugestivas de alterações neurológicas.
Palavras-chave: Chiari; Brasil; malformação; Cavalier King Charles Spaniel.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Patologia Integrada e Translacional.
Autor(a): José Rodrigo de Arruda
Orientador(a): Profa. Dra.Ivana Barbosa Suffredini
Data da defesa: 28/06/2023
Resumo: Listeria monocytogenes, bactéria Gram-positiva, patogênica, com distribuição ubiquitária, oportunista, que causa listeriose, de importância epodemiológica. O objetivo deste trabalho foi identificar extratos vegetais ativos contra a bactéria. Assim, 2.280 extratos vegetais, oriundos de plantas da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica, foram testados contra L. monocytogenes no modelo da disco difusão em ágar, tendo resultado em 12 extratos ativos (0,53%), identificados como N271, N272, N275, N432, N1005, N1251, N1259, N1305, N1395, N1489, N2161 e N2186. Para os 12 extratos foram obtidas as concentrações inibitórias mínimas e foi verificada a atividade biológica em modelos de bioautografia, além de testes de atividade antioxidante (DPPH e β-caroteno) e de quantificação de compostos fenólicos totais (teste de Folin-Ciocalteu), e verificação de toxicidade a Artemia franciscana. A partir dos resultados obtidos foi feito um ranqueamento para se obter os extratos ordenados do mais ativo ao menos ativo, conforme se apresentou N1305, N2186, N272, N1259, N271, N432, N1005, N1395, N1489, N2161, N275 e N1251. Esses 12 extratos pertencem às famílias Annonaceae, Caesalpinioidae, Clusiaceae (ou Calophyllaceae), Flacourticeae (ou Salicaceae), Piperaceae, Rubiaceae e Simaroubaceae, e apresentam potencial como fonte de novos antibacterianos.
Palavras-chave: listeriose; disco difusão em ágar; microdiluição em caldo, bioautografia; Artemia franciscana; toxicidade.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Ecotoxicologia e Inovações Terapêuticas.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Atividades biológicas, farmacológicas e toxicológicas de produtos naturais.
Autor(a): Karla Fernanda Sanches Rodrigues
Orientador(a): Prof. Dr.Welber Senteio Smith
Data da defesa: 11/12/2023
Resumo: A contaminação por microplásticos (MPs) deixou de ser analisada somente quanto a seus efeitos sobre os organismos aquáticos, passando a ter grande relevância também quanto aos efeitos causados nos ecossistemas terrestres. Porém, pouco se sabe sobre os possíveis impactos dessa contaminação sobre os polinizadores, como as abelhas, visto que não se sabe o quanto elas estão susceptíveis a esses contaminantes. Como se contaminam? Como realizam o transporte dessas partículas até as colmeias ou demais áreas de forrageamento? Qual o destino dessas partículas dentro das colmeias? São algumas perguntas que merecem atenção da comunidade científica. A avaliação da contaminação por MPs em abelhas é essencial, por se tratar de um organismo que fornece serviço ecossistêmico indispensável à manutenção do planeta, através da polinização de espécies vegetais nativas e/ou de importância agrícola, caracterizando-se como um organismo de alta relevância social e econômica. Diante disso, o presente trabalho teve por objetivo, testar a hipótese de que as abelhas operárias podem carregar partículas microplásticas de sua área de forrageamento, podendo atuar como bioindicadores da poluição por MP em diferentes áreas: urbana, periurbana e rural. Além disso, foi testado a aplicabilidade do protocolo pré-existente para abelhas do gênero Apis, que consiste em digerir a matéria orgânica em H2O2, restando então somente as partículas de origem sintética, em espécies nativas brasileiras a fim de se identificar se este método é eficaz também em outras espécies, para que futuras avaliações possam ser desenvolvidas, utilizando espécies nativas brasileiras como bioindicadoras da contaminação por MP.
Palavras-chave: Abelhas-sem-ferrão; Polinizadores; Contaminação; Bioamostragem; Aerotransportadores.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Ecotoxicologia e Inovações Terapêuticas.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Atividades biológicas, farmacológicas e toxicológicas de produtos naturais.
Autor(a): Daniel Nascimento Lago Santos
Orientador(a): Prof. Dr.Thiago Berti Kirsten
Data da defesa: 15/12/2023
Resumo: Desequilíbrios nos níveis de hormônios sexuais durante a puberdade frequentemente resultam em impactos na saúde do indivíduo. No entanto, há uma falta de conhecimento significativa sobre a terapia hormonal no processo de feminização. Na medicina veterinária, não há consenso quanto à idade ideal para a castração e seus efeitos na qualidade de vida dos animais. Com o objetivo de explorar esses aspectos, o presente estudo propôs dois modelos experimentais: um modelo de hipogonadismo em ratos púberes através da castração e um modelo de hiperestrogenismo através da combinação de castração e administrações de estrógeno. Os objetivos incluíram a avaliação dos mecanismos patofisiológicos e neurobiológicos relacionados ao hipogonadismo e hiperestrogenismo, bem como o estabelecimento de um modelo experimental de hiperestrogenismo em ratos. Ratos púberes foram divididos em grupos: um grupo submetido à castração (grupo hipogonadismo), outro submetido à castração e tratamento semanal com estrógeno (grupo hiperestrogenismo). Os animais foram então avaliados quanto ao ganho de peso corporal e ao crescimento do comprimento nasoanal. Na fase adulta, foram realizados testes de preferência sexual, claro-escuro (estudo de ansiedade) e nado forçado (estudo de depressão). Parâmetros como peso da musculatura tibial, peso e comprimento peniano, expressão da proteína glial fibrilar ácida central (marcador astrocitário de neuroinflamação) e gordura retroperitoneal foram avaliados através de técnicas como imuno-histoquímica e histometria. O modelo de hipogonadismo resultou na redução do crescimento nasoanal, do peso e comprimento peniano, diminuição da interação social com o sexo oposto, indução de comportamento tipo-depressivo, aumento da gordura e expressão astrocitária elevada no córtex frontal. Por outro lado, o modelo de hiperestrogenismo estagnou o ganho de peso e o crescimento nasoanal, reduziu a musculatura tibial, peso e comprimento do pênis, diminuiu a interação social com o sexo oposto, aumentou a interação social com o mesmo sexo, diminuiu a autolimpeza, induziu comportamento antidepressivo, impediu o aumento da gordura induzido pelo hipogonadismo e diminuiu a expressão astrocitária no hipotálamo. Em conclusão, o modelo de hipogonadismo durante a puberdade prejudicou o desenvolvimento físico, aumentou a gordura, inibiu interações sociais/sexuais e induziu comportamento depressivo nos ratos, processos relacionados à neuroinflamação no córtex frontal. Enquanto isso, o modelo de hiperestrogenismo prejudicou ainda mais o desenvolvimento físico, afetou o comportamento e modulou a preferência social do sexo oposto para o mesmo sexo, processos relacionados à diminuição astrocitária no hipotálamo. O modelo de hiperestrogenismo mostrou-se interessante para o estudo de terapia hormonal e feminização.
Palavras-chave: feminização; castração; estrógeno; comportamento animal; neuroinflamação.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Ecotoxicologia e Inovações Terapêuticas.
Autor(a): Nathalia Salles Scortegagna de Medeiros
Orientador(a): Prof. Dr.Leoni Villano Bonamin
Data da defesa: 18/12/2023
Resumo: Em estudos anteriores desenvolvidos pelo nosso grupo, demostrou-se a possibilidade de se usar corantes solvatocrômicos como marcadores de atividade físico-química de insumos homeopáticos e de permitir a rastreabilidade dessa atividade mesmo em grandes volumes de água. Este projeto tem como finalidade selecionar corantes solvatocrômicos capazes de identificar a presença de atividade de insumos homeopáticos em amostras de água de lagos naturais existentes na região de Mato Grosso do Sul. Tais corpos d'água foram utilizados, entre 2020 e 2021, como veículo para recuperação de ecossistemas comprometidos, por meio da inserção de complexos homeopáticos desenhados especificamente para cada local. Para isso foi utilizado o método descrito por Cartwright, em que corantes solvatocrômicos, quando em contato com preparações homeopáticas, alteram sua absorbância de forma específica, sendo tal variação mensurável em espectrofotômetro de luz visível, de acordo com o medicamento estudado. Dessa forma, amostras de água de diferentes lagos, colhidas antes e depois da introdução do insumo homeopático, em diferentes tempos e pontos de coleta, foram analisadas segundo esse método, seguindo protocolo previamente padronizado. Em ambos os casos, foi possível rastrear a atividade dos insumos homeopáticos na água. A submissão das amostras de insumos homeopáticos e água a um campo magnético médio unidirecional de 2400 Gauss (240mT) imediatamente antes das leituras de densidade aumentou a sensibilidade do método. Áreas de influência antrópica intensa alteraram a rastreabilidade dos complexos homeopáticos constatando a importância do rastreamento na escolha dos pontos de inserção dos insumos. A aplicação de complexos homeopáticos em corpos de água é um recurso promissor e sustentável para restaurar ecossistemas, tratar animais de difícil acesso ou mesmo grandes plantéis, tão característicos da pecuária brasileira.
Palavras-chave: corantes solvatocrômicos, homeopatia, ambiente, campo magnético, água.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Ecotoxicologia e Inovações Terapêuticas.
Autor(a): Valéria de Souza
Orientador(a): Profa. Dra.Anuska Marcelino Alvares Saraiva
Data da defesa: 18/12/2023
Resumo: Em estudos anteriores desenvolvidos pelo nosso grupo, demostrou-se a possibilidade de se usar corantes solvatocrômicos como marcadores de atividade físico-química de insumos homeopáticos e de permitir a rastreabilidade dessa atividade mesmo em grandes volumes de água. Este projeto tem como finalidade selecionar corantes solvatocrômicos capazes de identificar a presença de atividade de insumos homeopáticos em amostras de água de lagos naturais existentes na região de Mato Grosso do Sul. Tais corpos d'água foram utilizados, entre 2020 e 2021, como veículo para recuperação de ecossistemas comprometidos, por meio da inserção de complexos homeopáticos desenhados especificamente para cada local. Para isso foi utilizado o método descrito por Cartwright, em que corantes solvatocrômicos, quando em contato com preparações homeopáticas, alteram sua absorbância de forma específica, sendo tal variação mensurável em espectrofotômetro de luz visível, de acordo com o medicamento estudado. Dessa forma, amostras de água de diferentes lagos, colhidas antes e depois da introdução do insumo homeopático, em diferentes tempos e pontos de coleta, foram analisadas segundo esse método, seguindo protocolo previamente padronizado. Em ambos os casos, foi possível rastrear a atividade dos insumos homeopáticos na água. A submissão das amostras de insumos homeopáticos e água a um campo magnético médio unidirecional de 2400 Gauss (240mT) imediatamente antes das leituras de densidade aumentou a sensibilidade do método. Áreas de influência antrópica intensa alteraram a rastreabilidade dos complexos homeopáticos constatando a importância do rastreamento na escolha dos pontos de inserção dos insumos. A aplicação de complexos homeopáticos em corpos de água é um recurso promissor e sustentável para restaurar ecossistemas, tratar animais de difícil acesso ou mesmo grandes plantéis, tão característicos da pecuária brasileira.
Palavras-chave: Adolescência, aprendizagem e diabetes.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Ecotoxicologia e Inovações Terapêuticas.
Autor(a): Beatriz Regina Rodrigues Carvalho
Orientador(a): Profa. Dra.Maria Anete Lallo
Data da defesa: 22/12/2023
Resumo: Os microsporídios são fungos emergentes e oportunistas que infectam uma população excepcionalmente diversa de vertebrados e invertebrados. Existem 17 espécies de microsporídios potencialmente zoonóticas identificadas em animais domésticos e silvestres. Os mamíferos da ordem Xenarthra podem abrigar e transmitir diversos patógenos, atuando como importantes fontes de infecção para a disseminação de diversas zoonoses. Como os microsporídios ainda não foram descritos nesse grupo de animais, o objetivo desse estudo foi analisar a ocorrência dos microsporidios zoonóticos Encephalitozoon cuniculi, Encephalitozoon intestinalis e Enterocytozoon bieneusi em as fezes de tamanduá bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e espécies de tatus (Priodontes maximus, Euphractus sexcinctus, Dasypus novemcinctus, Cabassous u. squamicaudis) monitoradas pelo ICAS - Instituto de Conservação de Animais Silvestres. Amostras fecais (n=127) foram submetidas ao tratamento de choque térmico (frio e calor) e depois submetidas à extração de DNA com o Kit de extração QIAamp fast DNA Stool Mini Kit. A amplificação do material genético do patógeno foi feita pela reação em cadeia de polimerase (PCR) com primers genéricos e o produto gerado a partir desta reação foi submetido a Nested PCR com primers espécie específicos (EBIEF1/EBIER1 para E. bieneusi; ECUNF/ECUNR para E. cuniculi e SINTF/SINTR para E. Intestinalis). Onze amostras foram positiva para E. intestinalis, sendo duas de tamanduá bandeira (2/56, 3,8%), uma de Priodontes maximus (1/11, 9%), sete de Euphractus sexcinctus (7/57, 13,7%) e uma de Cabassous u. squamicaudis (1/3, 33,3%). Houve predomínio de resultados positivos em animais adultos, de ambos os sexos e nos biomas do Pantanal e do Cerrado na região estudada. Concluímos que a prevalência em Xenarthas foi 8,66%, com maior ocorrência em tatus do que em tamanduás. A prevalência nas espécies de tatus foi, em ordem decrescente, maior no tatu do rabo mole, depois no tatu peba e por fim no tatu canastra. Portanto, as espécies de mamíferos silvestres aqui estudadas, tamanduás e especialmente tatus, devem ser consideradas como reservatórios do patógeno e com papel relevante em saúde única.
Palavras-chave: Microsporidia, Microsporidioses, Xenarthra, Saúde Única, Zoonose.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Patologia Integrada e Translacional.
Autor(a): Julia Fernanda de Camargo Teles Miranda
Orientador(a): Prof. Dr.Welber Senteio Smith
Data da defesa: 22/12/2023
Resumo: A urbanização acelerada das últimas décadas tem transformado o panorama dos centros urbanos em todo o mundo, sendo a crescente presença de microplásticos em seus ecossistemas um dos desafios emergentes e menos compreendidos. Da presença destes polímeros nos ecossistemas aquáticos, a exposição dos organismos a estes culmina em consequências como redução do peso corporal, estresse oxidativo, lesões histopatológicas e outras. Diante do exposto, o presente estudo objetivou estudar a interconexão entre a urbanização, os microplásticos e a ecologia das espécies Prochilodus lineatus e Salminus hilarii, no que tange à sua ecologia alimentar e relação peso-comprimento, inferindo sobre o nível de impacto das partículas plásticas e correlacionando a distância dos ecossistemas aquáticos dos centros urbanos e a guilda trófica das espécies no tocante aos microplásticos. Foram realizadas campanhas mensais para coleta de exemplares das duas espécies, com o uso de redes de espera em pontos dos rios Sarapuí, Sorocaba e Ipanema, situados na Bacia Hidrográfica do rio Sorocaba (BHS), no centro-sudeste do Estado de São Paulo, e realizadas análises de conteúdo estomacal e estruturas branquiais, bem como a relação peso-comprimento dos espécimes. Ademais, para avaliar a distância dos centros urbanos dos rios estudados, foi conduzida uma análise no software QGis, empregando dados geoespaciais e mapas da região, e realizada a correlação de Pearson a fim de testar a relação entre as concentrações microplásticas e a distância dos rios correspondentes ao centro urbano. A espécie P. lineatus foi amostrada em todos os rios (n=80), bem como S. hilarii (n=27). A análise da dieta dos exemplares de P. lineatus mostrou uma variedade de itens consumidos (sedimentos, algas filamentosas e euglenofíceas, fragmentos de insetos e fragmentos vegetais), enquanto que para S. hilarii, os grupos alimentares foram restos de espécies como Serrapinus sp. e Pimelodella sp.. Microplásticos foram encontrados no conteúdo estomacal e brânquias de 27 indivíduos de P. lineatus (33,75%), onde fibras foram predominantes (68,32%), bem como as cores marrons (22,1%) e azul (10,58%), e dimensões entre 0,18 mm e 3,67 mm. Para S. hilarii, foram detectados microplásticos em cinco espécimes (18,5%), somente do tipo fibra (100%), com dimensões entre 0,20 mm e 0,27 mm. Foi constatada correlação fraca entre a relação peso-comprimento e a presença (p=0,294) e o tamanho de MPs (p=0,369). Com relação à distância dos centros urbanos, a correlação de Pearson demonsmostrou que as concentrações microplásticas dos rios estavam positivamente correlacionadas com a distância dos rios do centro urbano, sugerindo que as áreas mais urbanizadas estão associadas a uma maior introdução de microplásticos nos corpos d'água, representando um desafio ambiental significativo que requer medidas estratégicas e urgentes.
Palavras-chave: contaminação; dieta; meio ambiente; migradoras; urbanização.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Ecotoxicologia e Inovações Terapêuticas.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Atividades biológicas, farmacológicas e toxicológicas de produtos naturais.