Autor(a): Bruna Cristina Garcia Silva Orlando
Orientador(a): Maria Martha Bernardi
Data da defesa: 29/04/2019
Resumo: O camundongo mutante recessivo denominado equilíbrio (eqlb) apresenta deficiência de equilíbrio e incoordenação motora e foi desenvolvido utilizando o agente químico N-ethyl-N-nitrosourea (ENU). O mapeamento genético identificou a mutação no gene NADPH oxidase 3 (Nox3), cromossomo 17, descrito como responsável por defeitos vestibulares e na formação das otocônias. Foi observado que estes camundongos, dentre outros deficits, não apresentavam comportamento agressivo entre machos sugerindo prejuízo de seu comportamento social. O objetivo desse trabalho foi estudar o comportamento social dos camundongos eqlb e identificar qual ou quais seriam as causas que levariam à ausência deste tipo de agressividade. Foram avaliados em camundongos eqlb e BALB/c: 1) comportamento social e agressivo de machos em colônias estáveis e frente a um intruso; 2) comportamento social/ agressivo por isolamento; 3) memória olfatória; 4) percepção espacial; 5) níveis de serotonina e metabólito no córtex frontal;6) índice por área de astrócitos no colículo superior. Em relação aos camundongos BALB/C, os camundongos eqlb mostraram: 1) menor interação social entre os animais em colônias estáveis; 2) maior interação social com o intruso sendo atacados por mais tempo pelo intruso; 3) quando isolados interagiram menos com o intruso e exploraram mais a gaiola; 4) maior latência no teste olfatório; 5) maior imobilidade no teste de suspensão da cauda; 6) maior atividade do sistema serotoninérgico do córtex frontal e 7) redução no índice por área de astrócitos no colículo superior. Conclusões: sugere-se que a menor interação social na colônia estável, a maior interação social com o camundongo estranho bem como a ausência de resposta à agressão do intruso do camundongo eqlb possam ser consequências de deficits na memória olfatória, percepção espacial, aumento da atividade serotoninérgica no córtex frontal e redução do índice por área de astrócitos no colículo superior.
Palavras-chave: Agressividade; Aparelho Vestibular; Mutação; Monoaminas; Modelo Animal.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Modelos em Neuropsicofarmacologia, Toxicologia e Patologia.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Neuropsicofarmacologia Experimental e Ambiental.
Autor(a): João Iosif Slobodticov
Orientador(a): Eduardo Fernandes Bondan
Data da defesa: 25/05/2019
Resumo: As avermectinas são os medicamentos antiparasitários mais vendidos no mundo, já que são amplamente utilizados tanto na Medicina Veterinária e Humana, quanto na agricultura. Estudos de nosso grupo têm revelado que a ivermectina (IVM) reduz o comportamento sexual em ratos machos e fêmeas, mesmo quando administrada em doses terapêuticas. O presente trabalho visou investigar a influência da IVM e do estresse por contenção na morfologia testicular de ratos púberes com 45 dias. Para tal, foram utilizados testículos de ratos Wistar que receberam 1 mg/kg de IVM, ou solução salina a 0,9%, por via SC aos 29 e aos 44 dias de vida, provenientes dos seguintes grupos experimentais: grupo injetado com salina; grupo injetado com IVM; grupo injetado com salina e submetido a estresse; grupo injetado com IVM e submetido a estresse. Foi realizada a determinação dos pesos corporal e testicular, do volume testicular, dos eixos maior e menor dos testículos, bem como a contagem de túbulos seminíferos totais e de túbulos, com e sem células descamadas na luz. Medidas morfométricas do epitélio seminífero, tais como diâmetro tubular e altura do epitélio germinativo, foram realizadas, assim como foi calculada a frequência de células intersticiais de Leydig e feita a análise histopatológica do tecido gonadal. Os resultados encontrados demonstraram que a administração de IVM em ratos no período juvenil, na ausência do estresse, diminuiu o número de túbulos sem células descamadas na luz e aumentou o número de túbulos com células na luz, não modificando os demais parâmetros da morfometria testicular, exceto pelo aumento do eixo menor. O estresse reduziu o número total de túbulos e o número de túbulos sem células na luz, aumentando o número de túbulos com células descamadas no grupo salina com estresse em relação ao grupo salina sem estresse. A interação do estresse com a IVM reduziu, de forma marcante, o número de túbulos sem células na luz tubular e aumentou aqueles com presença de células na luz. O peso testicular relativo foi significantemente maior no grupo salina com estresse em relação ao grupo salina sem estresse. O eixo testicular menor aumentou significativamente nos grupos submetidos ao estresse e as células de Leydig diminuíram nesses mesmos grupos. Na análise histopatológica dos grupos tratados com IVM, salina com estresse e IVM com estresse observou-se depleção no epitélio germinativo, bem como células na luz tubular com núcleos picnóticos. Conclui-se que doses terapêuticas de IVM administradas no período juvenil, associadas ou não ao estresse de contenção, causaram danos no tecido testicular dos animais, com desorganização celular no epitélio germinativo.
Palavras-chave:Avermectinas; Análise histológica; Morfometria.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Modelos em Neuropsicofarmacologia, Toxicologia e Patologia.
Autor(a): Rodrigo Garcia Pires Machado
Orientador(a): Maria Anete Lallo
Data da defesa: 10/06/2019
Resumo: Os perfis demográficos e socioeconômicos estão intimamente relacionados ao grau de desenvolvimento de uma população. Esse fator pode, por sua vez, influenciar a maneira como são criados os animais de companhia. O propósito do presente trabalho foi estabelecer um escore de guarda responsável em cães e gatos a partir dos itens relacionados a esse tema. Os escores de guarda responsável obtidos foram associados aos perfis socioeconômicos das pessoas entrevistadas. Foram questionadas 300 pessoas participantes das quais 205 eram tutores de cães e 95 de gatos. A pesquisa foi realizada em mutirões de castração em Santana de Parnaíba entre os meses de dezembro de 2018 e janeiro de 2019. Para investigar a associação entre as características sociodemográficas com o escore da guarda responsável de cães e gatos foram construídos, inicialmente, modelos de regressão de Poison univariados. Em seguida, analisou-se a associação entre o tipo de animal e os tercis de renda com o escore de guarda responsável dos animais de estimação ajustando modelos pelo sexo e idade dos tutores dos animais. Os resultados obtidos mostram que tutores de cães apresentam escore de guarda responsável 10% maior que tutores de gatos e que a menor renda gera menor escore de guarda responsável dos animais, independentemente do sexo e idade do tutor.
Palavras-chave: Escore; Guarda Responsável.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Biologia da Diferenciação e Transformação Celular: Modulação por Fatores Endógenos e Exógenos.
Autor(a): Cristina Gabriela Nascimento de Oliveira
Orientador(a): Maria Anete Lallo
Data da defesa: 26/06/2019
Resumo: Encephalitozoon cuniculi, pertencente ao filo Microsporidia, constitui uma espécie que infecta uma grande variedade de hospedeiros, causando quadro sintomático especialmente em condições de imunossupressão. Os linfócitos T CD8 constituem as principais células de defesa contra microsporídios, sendo ativadas ou não por linfócitos T CD4, dependendo da via de infecção. Camundongos deficientes em células B-1 são menos resistente à infecção por E. cuniculi, apesar de apresentarem aumento de linfócitos T CD8. Diante desse achado, o objetivo do presente estudo foi avaliar a influência de células B-1 na atividade de linfócitos TCD8, analisando seu papel citotóxico sobre macrófagos infectados com E. cuniculi. Linfócitos T CD8 obtidos de baços de camundongos BALB/c ou XID, previamente infectados ou não com E. cuniculi, obtidos e purificados, foram cocultivados com macrófagos RAW 264-7 previamente infectados com E. cuniculi. Avaliou-se a atividade proliferativa e a expressão de moléculas de ativação (CD69, CD62L e Lamp-1) nos linfócitos T CD8. Ainda foram quantificadas as ocorrências de necrose e/ou apoptose de linfócitos e macrófagos e a capacidade microbicida de macrófagos. Os linfócitos T CD8 de Xid apresentaram maior expressão de CD107a, aumento da atividade microbicida de macrófagos e aumento de morte e apoptose de linfócitos e macrófagos. Os linfócitos T CD8 oriundos de BALB/c tiveram maior atividade proliferativa, menor morte e apoptose, maior percentual de moléculas de ativação de CD69 e menor atividade microbicida. Os resultados aqui descritos demonstraram que a presença de células B-1 prejudicou a atividade citotóxica de linfócitos T CD8, reduzindo sua capacidade de incrementar a atividade microbicida de macrófagos.
Palavras-chave: Células B-1; Citotoxicidade; Encephalitozoon cuniculi; Linfócitos T CD8; Microsporidia.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Patogenia das Enfermidades Infecciosas e Parasitárias.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Clininfec - Clínica e Doenças Infecciosas Veterinárias.
Autor(a): Thaís Cristina da Silva
Orientador(a): Leoni Villano Bonamin
Data da defesa: 26/06/2019
Resumo: O medicamento Carcinosinum é um nosódio (medicamento homeopático preparado a partir de tecidos cancerosos) indicado como tratamento complementar em pacientes oncológicos. Na literatura científica há poucas publicações disponíveis sobre seu mecanismo de ação. O presente estudo teve como objetivo identificar possíveis alterações fenotípicas de células 4T1 (adenocarcinoma mamário murino) in vitro, incluindo viabilidade, expressão de HER-2 e potencial metastático, após tratamento com Carcinosinum em diferentes diluições homeopáticas (12cH; 30cH; 200cH), agitadas mecanicamente em água pura estéril a partir de uma matriz comercial. Todas as células tratadas foram cultivadas em meio R10, sendo a densidade celular de 1 x 105 células por garrafa pequena. Após 24 horas de tratamento, foi analisada a porcentagem de células em apoptose pela expressão de anexina V, sendo a contagem de células positivas feita de forma automatizada. A morfologia das células 4T1 foi avaliada a partir das colorações hematoxilina-eosina e Giemsa, enquanto a expressão de HER-2 foi avaliada por imunocitoquímica. O potencial metastático foi avaliado pela expressão e atividade de metaloproteinase 9 (MMP-9), por zimografia. O perfil de citocinas produzidas pelas células 4T1 foi estabelecido por Cytometric Bead Array (CBA). Os resultados obtidos sugerem que o tratamento de células 4T1 in vitro com Carcinosinum produz diversas alterações fenotípicas relacionadas ao desenvolvimento tumoral, na dependência da diluição utilizada, tais como: aumento do número de células positivas para anexina V (células em apoptose), hiperexpressão de HER-2 na membrana plasmática e diminuição da expressão de pró-MMP-9. Não foram observadas diferenças na produção de citocinas entre os tratamentos. Os dados apontam para diferentes efeitos do Carcinosinum no perfil fenotípico de células 4T1 in vitro. Contudo, estudos adicionais são necessários para a compreensão da importância desses achados na evolução clínica das neoplasias malignas.
Palavras-chave: Carcinosinum; Células 4T1; Homeopatia; Câncer de Mama.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Biologia da Diferenciação e Transformação Celular: Modulação por Fatores Endógenos e Exógenos.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Biologia da diferenciação e transformação celulares: modulação por fatores endógenos e exógenos.
Autor(a): Vinícius Toshio Iwata
Orientador(a): Eduardo Fernandes Bondan
Data da defesa: 12/08/2019
Resumo: Os bloqueios anestésicos concomitantes à anestesia inalatória são protocolos seguros para o controle da dor na Medicina Veterinária. A utilização da ultrassonografia para guiar a agulha nos bloqueios anestésicos retrobulbares é necessária a fim de atingir o local correto da deposição do anestésico local e evitar possíveis traumas ao bulbo ocular. Neste trabalho, foi realizada a abordagem da agulha dentro do plano ultrassonográfico com deposição de dois volumes de solução corante. Foi realizado um estudo anatômico em cadáveres caninos para compreensão das estruturas anatômicas envolvidas. Foi aplicado corante com dois volumes distintos (0,05 e 0,1 mL/cm de distância entre o osso occipital e incisura frontomaxilar) no espaço intraconal. Os resultados observados após ressecção das estruturas oculares com o corante mostraram-se semelhantes nos dois volumes, com diferença apenas na forma da dispersão no interior no cone óptico. Como a dispersão do corante no espaço intraconal foi semelhante nos dois volumes, pode-se esperar acinesia e analgesia do bulbo óptico em situações clínicas com menores volumes. Contudo, a redução dos volumes utilizados em bloqueios anestésicos só é possível quando há o correto posicionamento da agulha e, nesse caso, a ultrassonografia permite a visualização em tempo real da dispersão do anestésico no interior do cone óptico.
Palavras-chave: Anestesia Local, Cadáver, Cães, Oftalmologia, Ultrassom.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Modelos em Neuropsicofarmacologia, Toxicologia e Patologia.
Autor(a): Suênia Félix Rodrigues Manzon
Orientador(a): Selene Dall'Acqua Coutinho
Data da defesa: 16/12/2019
Resumo: Malassezia sp é o residente eucariótico predominante do microbioma cutâneo do homem e animais homeotermos. Entretanto, M. pachydermatis, que é zoofílica, tem sido implicada em surtos de infecção invasiva, com alta taxa de mortalidade em neonatos em unidades de terapia intensiva, evidenciando a necessidade de estudos mais aprofundados com esta espécie em sua relação com o hospedeiro. Pesquisadores também observaram que a capacidade fagocítica e a produção de citocinas podem ser alteradas pelo uso de antimicóticos habitualmente empregados na clínica. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do itraconazol ou anfotericina B na atividade de macrófagos desafiados com M. pachydermatis. Macrófagos murinos da linhagem RAW-264.7 foram previamente tratados com anfotericina B (4 µg/ml) ou itraconazol (2 µg/ml) e então infectados com M. pachydermartis na concentração de 5:1 (leveduras:macrófagos), calculando-se os índices fagocíticos 1h e 24h após os desafios. Avaliação dos níveis de citocinas pró e anti-inflamatórias (IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, IL-17A, IFN-γ e TNF-α) e a viabilidade celular foram determinados por citometria de fluxo. Os resultados indicaram que em 1h o índice fagocítico foi menor para o grupo infectado tratado com o itraconazol e em 24h as células foram mais suscetíveis à proliferação de M. pachydermatis; o índice fagocítico não foi influenciado pelo tratamento com a anfotericina B. A viabilidade celular foi menor nos grupos infectados em 24h e a morte dos macrófagos ocorreu principalmente por necrose, quando empregou-se o itraconazol. A anfotericina B induziu maior número de mortes por apoptose. O itraconazol induziu nos macrófagos produção menor de TNF-α do que a anfotericina B. O itraconazol atuou interferindo com a capacidade fagocítica e a viabilidade celular, e a anfotericina B estimulou a resposta inflamatória dos macrófagos, não interferindo na capacidade fagocítica. Os resultados obtidos indicam que a ação dos antifúngicos pode interferir na capacidade fagocítica e inflamatória, tendo impacto na função dos macrófagos murinos.
Palavras-chave: Macrófagos RAW-264.7; fagocitose; Malassezia pachydermatis; antifúngicos; citocinas.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Patogenia das enfermidades infecciosas e parasitárias.
Autor(a): Edilene Pires de Godoy Vazi
Orientador(a): Eduardo Fernandes Bondan
Data da defesa: 20/12/2019
Resumo: O metotrexato (MTX), uma droga antifolato, é amplamente utilizado em protocolos quimioterápicos para tumores cerebrais primários e metastáticos e algumas doenças autoimunes. Sua eficácia para tumores, porém, é limitada pela alta incidência de complicações neurológicas no sistema nervoso central (SNC), embora o mecanismo patogênico e o(s) alvo(s) celular(es) da neurotoxicidade do MTX ainda sejam desconhecidos. Este estudo teve como objetivo observar a resposta astrocitária à administração sistêmica de curto prazo de MTX em ratos adultos. Ratos Wistar machos receberam 5 ou 10 mg/kg/dia de MTX por via intraperitoneal por 4 dias consecutivos (respectivamente, grupos MTX5 e MTX10) ou o mesmo volume de solução salina a 0,9% (controle). No 5º dia, amostras de encéfalo foram coletadas e processadas para as colorações de hematoxilina-eosina e de luxolfast blue, bem como para investigação imuno-histoquímica da proteína ácida fibrilar glial (GFAP) e análise morfométrica no córtex frontal, hipocampo, hipotálamo e camadas molecular/granular do cerebelo. Os níveis encefálicos das citocinas pró-inflamatórias TNF-α e IL-1β foram determinados por ELISA. Nenhum sinal de perda neuronal ou de desmielinização foi observado nos diferentes grupos. O aumento da expressão de GFAP foi encontrado em todas as áreas dos grupos MTX, sendo ligeiramente maior no grupo MTX10. Os níveis encefálicos de ambas citocinas diminuíram no grupo MTX5 em relação aos controles. No grupo MTX10, o TNF-α diminuiu, embora a IL-1β estivesse aumentada em comparação aos controles. A administração do MTX induziu a astrogliose em várias áreas do encéfalo. No grupo MTX5, aparentemente ocorreu na presença de citocinas pró-inflamatórias diminuídas.
Palavras-chave: Astrócitos, Chemobrain, Citocinas, GFAP, Metotrexato, Quimioterapia.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Modelos em Neuropsicofarmacologia, Toxicologia e Patologia.