Autor(a): Priscila Martins Andrade Denapoli
Orientador(a): Lucia Jamli Abel
Data da defesa: 05/03/2008
Resumo: O uso de anti-helmíntico para controlar verminose em ovinos e caprinos é uma realidade, de rápido crescimento, em criadouros do mundo todo. O desenvolvimento de estratégias alternativas e métodos imunológicos para controlar a parasitose tem se tornado relevante. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia do imnuestimulante associado ao anti-helmíntico no tratamento da verminose experimental através da análise de: IgE, proliferação de células T e contagem de ovos por grama de fezes (OPG). Quinze (15) ovinos machos, adultos, com idade superior a doze meses foram divididos em 4 grupos: I – animais tratados com imunoestimulante (LPS e Propionibacterium acnes) e anti-helmíntico; II - animais tratados com Propionibacterium acnes e anti-helmíntico; grupo III - animais tratados somente anti-helmíntico; IV - animais tratados com salina estéril 0.9% (controles). Todos os animais receberam 10.000 larvas infectantes (L3) por via oral, no dia 0, e foram tratados com LPS e P. acnes, P. acnes e/ou anti-helmíntico quando o OPG atingiu o pico no 35° dia após a infecção.
As amostras de sangue e fezes foram coletadas semanalmente para a realização do OPG, dosagem de IgE total, teste de proliferação de células T e hemograma. Significante redução no OPG foi observada nos grupos I, II e III quando comparados ao grupo IV, mas com diferença estatística significativa no grupo III.
A análise estatística mostrou correlação negativa entre OPG e nível de IgE, números de eosinófilos e OPG, número de neutrófilos e OPG, nos animais do grupo I tratados com imunoestimulante (LPS e Propionibacterium acnes).
Células mononucleares de sangue periférico (PBMC) dos grupos I, II, III mostraram aumento da resposta proliferativa na presença de Concanavalina A, sendo a maior resposta observada nos dias 28 e 35 após a infecção.
Quanto aos parâmetros hematológicos, observamos redução nos valores de eritrócitos no 35° dia após a infecção (pico de OPG), em todos os grupos. Após o tratamento, os valores permaneceram abaixo do limite de normalidade somente no grupo não tratado, com correlação negativa entre OPG e eritrócitos.
Nenhuma alteração significativa foi encontrada nos parâmetros: dosagem de hemoglobina, hematócrito e índices hematimétricos.
Todos os grupos mostraram um aumento na contagem de leucócitos após o 35° dia após a infecção, e encontramos correlação positiva entre OPG e linfócitos no grupo I.
Esses resultados sugerem que o uso de anti-helmíntico associado ao imunoestimulante não foi efetivo no tratamento da verminose experimental em ovinos, considerando-se o resultado de OPG.
No entanto, foi possível detectar alterações nos parâmetros imunológicos nos animais tratados com imunoestimulante (LPS e Propionibacterium acnes) e anti-helmíntico que serão investigadas.
Palavras-chave: Verminose. Imunoestimulante. Anti-helmíntico. Ovinos. Resposta imune. IgE.
Área de Concentração: Imunopatologia Veterinária.
Linha de Pesquisa: Avaliação Imunopatológica das Enfermidades Infecciosas e Parasitárias.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Clininfec - Clínica e doenças infecciosas veterinárias.
Autor(a): João Carlos Barbosa Santos Filho
Orientador(a): Vania Maria de Carvalho
Data da defesa: 18/04/2008
Resumo: A piometra canina é caracterizada por alterações no ciclo hormonal e colonização bacteriana no útero. As E. coli patogênicas extra-intestinais (ExPEC), principalmente as associadas à infecção do trato urinário, têm sido frequentemente isoladas desta afecção. O objetivo deste trabalho foi a pesquisa de bactérias em pus e urina de cadelas com piometra, com especial interesse na avaliação dos perfis moleculares de virulência das amostras de E. coli, correlacionando-os com os sorotipos e a resistência a agentes antimicrobianos. Foram colhidos pus e urina de 32 cadelas com piometra durante a ovário-salpingo-histerectomia, sendo realizado o isolamento, a identificação e os testes de sensibilidade a antimicrobianos, segundo metodologia padronizada. Para pesquisa dos fatores de virulência de ExPEX foi realizada a técnica da PCR para os seguintes genes: pap; afaI; sfa; fimH; iha; ibeA; cnf1; hlyA; iucD; fyuA; cvaC; traT e ilha de patogenicidade I de CFT073 (PAI I CFT073). Isolou-se E. coli em 26 (96%) das 27 amostras de pus e sete (100%) das sete amostras de urina com crescimento bacteriano. Todos os isolados foram resistentes a pelo menos um agente antimicrobiano, sendo a multirresistência observada em nove (25%) isolados. As 33 amostras de E. coli foram positivas para algum dos genes testados, sendo os mais frequentes a sequência fimH, relacionada à fímbria do Tipo I (100%), e fyuA, gene para yersiniabactina (94%). Dos genes testados, apenas afa, que codifica adesina não hemaglutinante, e cvaC, para o plasmídio ColV, não foram detectados. Os sorogrupos mais prevalentes foram O25 e O6. Houve grande similaridade entre as amostras de pus e urina quanto aos sorotipos e fatores de virulência pesquisados, sugerindo possível origem clonal das mesmas. Os isolados de cães com piometra apresentaram semelhanças com as amostras de ExPEX isoladas de diferentes síndromes humanas. Esses resultados abrem duas frentes de discussão. A primeira delas reforça as suposições que estes isolados podem ser agentes zoonóticos. Em segundo lugar, os resultados dão pistas de que as ExPEX podem ter relevância em processos de infecções graves em cães, fato pouco relatado na literatura.
Palavras-chave: Escherichia coli. Piometra. Cães. ExPEX.
Área de Concentração: Imunopatologia Veterinária
Linha de Pesquisa: Avaliação Imunopatológica das Enfermidades Infecciosas e Parasitárias
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Clininfec - Clínica e doenças infecciosas veterinárias
Autor(a): Beatriz Petri Soares de Oliveira
Orientador(a): Maria Martha Bernardi
Data da defesa: 27/06/2008
Resumo: Estudos epidemiológicos mostram que interferências na imunidade materna no período perinatal podem afetar a resposta imune dos seus descendentes. Assim, a exposição a endotoxinas e a substâncias alergênicas durante a gestação e nos primeiros estágios da vida de um neonato pode modular a resposta imune em períodos mais tardios da vida. O objetivo do presente trabalho foi investigar as consequências da administração do lipopolissacarídeo (LPS) no período pré-natal e na prole feminina de ratas utilizando um modelo de asma murino. Para tanto, ratas prenhes receberam no 9,5 dia da gestação 100μg/kg, via intraperitoneal (i.p.), de LPS ou solução salina pela mesma via. As proles femininas dessas ratas ovariectomizadas (procedimento realizado com o intuito de eliminar a variável hormonal do estudo), na idade adulta, foram sensibilizadas e desafiadas com ovoalbumina (OVA). Avaliou-se o número de células do lavado broncoalveolar (LBA), do sangue periférico e da medula óssea. Adicionalmente, o teste de anafilaxia cutânea (PCA) foi realizado. Os resultados mostraram que em comparação com o grupo controle tratado prenatalmente com solução salina, sensibilizado e desafiado com OVA (CONTROLE/OVA) na idade adulta, os animais tratados prenatalmente com LPS (grupo LPS/OVA) apresentaram:
1) redução significante do número total de células do LBA e da contagem diferencial destas células (macrófagos, neutrófilos, eosinófilos e linfócitos); 2) aumento significante do número total de leucócitos circulantes e da análise diferencial de células sanguíneas circulantes (células mononucleares e polimorfonucleares); 3) não foram observadas alterações na celularidade da medula óssea, e 4) não foram detectadas diferenças entre os grupos nos títulos de IgE no teste de anafilaxia cutânea passiva. Concluiu-se que a exposição pré-natal ao LPS no 9,5 dia da gestação reduz a resposta à asma experimental mediada por OVA na prole feminina de ratas ovariectomizadas por meio da diminuição da migração de células imunes do sangue periférico para o pulmão, sem interferência da atividade da medula óssea e da produção de anticorpos.
Palavras-chave: LPS. Pré-natal. Asma Murino.
Área de Concentração: Imunopatologia Veterinária
Linha de Pesquisa: Modelos Experimentais em Imunopatologia e Imunotoxicologia
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Toxicologia do sistema nervoso central