O estudo pretendeu confronto entre o significado do vestuário e da moda apresentados na literatura e aquele encontrado junto a mulheres de um segmento popular. Especificamente, procurou entender como tais mulheres, submetidas a um mercado de roupas industrializadas reinvestem nessas roupas significados coerentes com sua identidade pessoal com base no sistema simbólico compartilhado por esse segmento. Pode-se verificar diferenciação clara das praticas de vestuário conforme idade e papel social: o modelo que normatiza o uso do vestuário das jovens e diverso daquele vigente após o casamento e sobretudo após a maternidade.
Se no primeiro caso a aparência e valorizada com a sedução exercendo papel importante, entre as outras o comportamento de renuncia e trabalho compatível com o valor nuclear família, esposa-mãe, forja uma configuração convencional e padronizada da aparência e coerente com a proposta pela confecção em serie do mercado de consumo. Nas relações sociais mais amplas a procura da igualdade se verifica na tentativa de proteção a critica dos hierarquicamente superiores. Acrescentando-se a esses fatos, limitações técnicas e orçamentárias, estabelece-se que por maior que sejam as opções oferecidas pela industria, não se efetua no vestuário desse segmento a possibilidade de auto-expressao; efetuam-se contornos outros a sua configuração do que aqueles sugeridos na literatura.